Às vésperas do segundo turno das eleições, escolas municipais estão sendo usadas para realizar reuniões com objetivo de pedir voto e divulgar a campanha do prefeito de Manaus e candidato à reeleição, David Almeida (Avante). O caso foi denunciado nesta terça-feira (22) pelo vereador Rodrigo Guedes (PP).
Segundo o parlamentar, a Secretaria Municipal de Educação (Semed), atualmente comandada por Dulce Almeida, irmã do prefeito, está cancelando as aulas nas unidades de ensino e reunido os familiares dos alunos para uma suposta reunião de pais e mestres.
Nessas reuniões, no entanto, a campanha de David Almeida é amplamente divulgada e há pedido de votos para o candidato.
“A Prefeitura de Manaus está cancelando as aulas, mandando os alunos para casa. Essa operação já começou em todas as escolas municipais para supostamente entregar boletins, chamam os pais e fazem campanha velada para o prefeito”, disse o vereador.
Segundo apuração do site Radar Amazônico, uma das reuniões aconteceu nessa segunda-feira (21), na escola municipal Governador Eduardo Ribeiro, localizada no bairro Cidade de Deus, zona norte de Manaus. No encontro, além dos professores, o subsecretário municipal de Gestão Educacional, Valquindar Ferreira Mar Júnior, também marcou presença.
Rodrigo Guedes disse que vai denunciar o caso ao Ministério Público Federal (MPF) e afirmou que estará nas ruas para fiscalizar as reuniões dentro das escolas municipais com intuito de apoiar o candidato à reeleição.
“São vários prints que tenho aqui. Já estou comunicando ao Ministério Público Federal e a partir de amanhã, eu e minha equipe estaremos nas ruas, nas escolas, em que isso foi denunciado. São várias! Tem reunião às 7h da manhã. Você, diretor de escola que marcou (reunião) às 7h da manhã, saiba que vai ter pai gravando você. Sou 100% a favor do profissional de educação. Fui o vereador que mais atendeu os profissionais da educação. Mas diretor que cancela a aula a mando da Dulce Almeida, irmã do prefeito, para fazer suposta entrega de boletins e reuniões administrativas com os pais, mas, na verdade, vai pedir voto de forma velada, cancelem agora essas reuniões políticas”, reitera.
Abuso de poder
Vale ressaltar que o ato configura abuso de poder político. Segundo a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar n.º 135/2010), o abuso de poder político é o uso indevido de cargo ou função pública (de secretária, prefeito, por exemplo), para obter votos para determinado candidato.
Fonte: Radar Amazônico